quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Quase atropelado, olhei sem acreditar ainda do meio da rua. Teve a audácia de me deixar plantado no meio do caos e entrar no primeiro táxi que passava. Parei o próximo, ainda do meio da rua e entrei, nem olhei se estava vazio. O cara falava árabe comigo, não posso deixar a barba um pouco mais comprida que do usual “italiano”, “frances” e “portugues” logo viro árabe. Eu suava frio, só que de nervoso, ainda era inverno e a temperatura estava em torno dos oito graus positivos apesar de estar no Cairo. De súbito, o táxi pára. Entra um homem alto e bem moreno no banco da frente, feio, devo mencionar, cumprimenta o motorista, bate a porta e logo já começa a me pedir dinheiro, primeiramente num francês, e em seguida em um inglês mais do que toscos. Comecei a berrar com os dois, fiquei macho, disse que queria descer do táxi imediatamente, apesar do frio na barriga e do choro preso de nervoso. Tinha a certeza que deveríamos virar á direita, mas é claro que fomos pra esquerda. Continuei no táxi ainda por uns dez minutos, não acreditava que além de levar um pé na bunda ainda haviam me sequestrado, e além de tudo eram feios. Quando finalmente caiu a ficha e percebi que não iriam parar, fingi que iria abrir a porta e pular. Ele parou o carro, esperou que eu saísse e foi embora. Já fechei os olhos esperando o tiro. Meu coração saía da boca, respirei, olhei em volta, deserto. Deserto de gente, e deserto de deserto mesmo, areia. Vi um portão alguns metros á frente e segui pra lá. E não é que ele havia me deixado lá mesmo, de frente á esfinge que me observava toda lânguida e sem nariz?!

Outra memória de viagem.

Um comentário:

Thife disse...

E era onde você queria ficar? rs

;P