Como será. Quem será esta pessoa que em noventa ou cem anos á partir deste exato momento, olhando pra esta mesma parede, um dia imaginará que eu, com meus olhos vivos aqui estava á pensar, e que assim como ela também tinha o coração apertado e a ilusão que se tinha muito tempo e que era infinito, que era pra sempre? Serão estas paredes as mesmas em cem anos?
Penso que o mundo é cíclico e isto um pouco me assusta. Meu avô, hoje internado em um quarto de hospital clamando por sua mãe como quando criança, um touro de coração inatingível por toda a vida criança de novo se encontra. E assim como meu avô, o avô de seu avô, e todos os avôs do mundo que antes de partirem também olharam pra alguma parede e se questionaram, e envelheceram, e por aqui não ficaram.
Se olharmos de perto, não vai fazer sentido. Não vai. Por isto mesmo é que eu quero gritar, correr, sentir o vento na cara. Experienciar o que é mais intenso. Amar. Sentir-me impotente perante este coração que insiste em mandar apesar de parecer fraco, pra que um dia mais á frente quando olhar para a mesma parede ela se torne uma tela de cinema e nela tenha minhas lembranças para projetar.
3 comentários:
Bacanissimo...cativou minha atencao...
Maneirissimos teus blogs...vou ler mais...
Cara você escreve muito bem!
Gostei do seu texto e dos outros blogs também.
Muito obrigado pela oportunidade de ler algo que vale a pena.
Continue escrevendo sempre!
Abçs
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