terça-feira, 14 de julho de 2009

Gosto dos fins de tarde no escritório. Geralmente tomo um café e escuto meu player como radinho de ombro quando esqueço o fone em casa, o que não foi diferente hoje. Culpa da falta de sono. Depois das quatorze horas de sono de Sábado pra Domingo, era de se esperar que não dormiria o suficiente pra começar a semana com uma cara melhor. Dormi sete e meia da manhã e acordei nove e meia da Segunda. Duas horas e duvido que meus olhos tenham dado aquela tremidinha básica de quem entra em sono profundo. Ou seja, raciocínio mais do que prejudicado. Mas isto talvez me vicie também, esta leseira gostosa, que me levou a ficar observando um restinho de sol através da janela do banheiro do escritório, encostado na parede ao lado do mictório, um cafézinho na mão e na outra o player, tocando Ella Fitzgerald & Louis Armstrong. Realmente não se precisa de muito pra ser feliz ao longo do dia.
Durante o almoço até tirei um cochilo. Alguém abriu a porta de nossa “sala despressurizadora” e quase me arrancou o pé. Não sou alto, tenho um metro e setenta e quatro, mas meus pés sempre ficam pra fora do sofá e levam várias porradas durante o cochilo. Talvez seja de propósito, é possível que estivesse roncando. Fiz uma cabaninha de almofadas de estampa indiana na minha cabeça e esqueci do mundo, nem pensei em levantar pra xingar. Mas também não iriam levar a sério, o povo daqui adora minhas micagens e provavelmente ririam do meu ataque.

Devo ter entrado no período de hibernação apesar de não ser urso, em nenhum dos sentidos. Dormi muito de Sexta pra Sábado também. Na Sexta, e no Sábado, tentei continuar pela nona vez o filme francês chamado “A Questão Humana”. Sempre durmo na mesma parte, e não que o filme seja chato. Um pouco pretensioso talvez, mas eu gosto. Pra mim, já virou um seriado e vou assistir em uns quinze capítulos. Sempre durmo na parte em que toda a tchurma da empresa vai pra uma rave, o chefe e seus subordinados, e eles “dançam” a noite inteira de maneira dionisíaca, até acordarem sujos e jogados, deitados no chão quase sem roupas e com uma ressaca danada. A cena é estranha, porque contrasta com todo o filme que até então se passa dentro de uma empresa em um clima extremamente formal, e porque “dançar”, desculpas ao meu grande amigo Charles, não é a praia dos franceses, pelo menos da maior parte deles, com exceção dele mesmo que requebra horrores comigo todo fim de semanam e tem um ziriguidum danado.

Sábado choveu da hora que acordei até a noite. Colocava a cabeça pra fora da janela e naquela garoa fina e fria, academia nem pensar. Como o filminho francês estava de rosca, assisti “Brown Bunny”, que é pesado mas tem uma das cenas mais bonitas que já vi, totalmente sem fala. Quando o tempo deu uma brecha me agasalhei com mil blusas e fui até o Al...ai...o Al....aiaiai...o Al....e passei algumas horas lá. Á noite, combinei de comer pizza na casa de uns amigos e, depois de vestido, arranquei tudo na porta de saída e dei meia volta. Não tinha ânimo o suficiente. Desisti da The Week e comi três sanduíches de mortadela, pipoca, e refrigerante. Trash, mas uma delícia. Assisti Os Normais e dormi no sofá.

Continuo o post já na Terça, ontém fui interrompido tantas vezes por uma mala sem alça que não consegui continuar.

A semana começa mais triste e vazia. A morte da Pina Bausch me deixou transtornado. Quando li a notícia um silêncio se fez, o mundo deve ter ficado mais silencioso mesmo, menos interessante. Culpa dela mesma, que nos encantou tanto tempo com seus movimentos tão intensos e agora vai embora assim.

A vida é uma sacanagem.



2 comentários:

...do banheiro feminino disse...

acho que é um tempo de hibernação....já estou entediada no 2 dia de férias!!!!!!!!!H E L P!!!!!
bjs

Rodrigo Vieira disse...

Não estaria se tivesse ido lá em casa, tá!rs
Quer trocar? ERu fico aí no sofá vendo Sessão da Tarde fácil fácil....hehe....