domingo, 17 de maio de 2009

Não estou de bem com meu cabelo. Estou uma bola de pêlos com esta barba toda e cabelo comprido. Aparentemente é a semana do macaco, talvez jogue no bicho. Nem sei se tem macaco no jogo do bicho.
Faz quatro dias que não malho. O Zé abandonou seu posto de colega de malhação, péssimo. Me senti traído, por ele e aquele chinezinho come-quieto meu amigo que roubou ele pra sua academia, que aliás parece uma boutique iluminada com luzes azuis indiretas. Humpf! Eu gosto é de graxa no dumbell, bermuda e camiseta velha pra malhar.

Sexta trabalhei como um cão, saí ás seis do escritório e em dez minutos estava em casa. Banho e dois sanduíches depois, botei minha calça preferida e fui encontrar o Alex....ah....o Alex....aiaiai o Alex... Bilhetes comprados há duas semanas pra assistir á duas cenas do excelente Sérgio Brito no Sesc Santana. O primeiro deles, sobre um determinado senhor Krapp que no final de sua vida resolve escutar á algumas de suas gravações, diários em áudio, feitas ao longo da vida. Me imaginar com oitenta anos, escutar amanhã a minha voz de hoje e todas as minhas ansiedades e vontades dos trinta é muito instigante. Imagine ler o meu próprio blog daqui á cinqüenta anos! O que seria eu daqui tanto tempo? A segunda parte era um ato sem palavras, ações claras de um ser humano na nossa condição básica da busca. Sinceramente foi a que gostei mais. Chegamos cedo ao teatro, jantamos strogonoff, bebemos um pouco de vinho depois da peça. Cocktail caprichado. Frio de rachar, a temperatura deve ter caído uns dez graus em poucas horas. Meu celular toca, digo que não posso falar. Pronto. Noite perfeita quase foi por água abaixo.

Sábado ia acordar cedo, malhar, correr, ensaiar, comer bem antes do teatro. Acordei uma e vinte da tarde pra encontrar com o grupo ás duas. Seis ligações do meu parceiro de cena perdidas. Banho de cinco minutos, mandei meu pão integral light sem casca (odeio casca) pra dentro, uma fatia de queijo, cheguei atrasado. Discutimos muita teoria, sobre o devir, sobre a não totalidade das coisas. Sobre tudo que podemos acessar enquanto atores. Nosso trabalho de voz foi árduo, engraçado. Parecíamos todos umas araras fazendo careta. Noite de cervejas nos Satyros, jantar no Lee Lau, o chinezinho maldito, que saiu de sua própria casa á francesa enquanto ficamos eu, Danilo e Júnior conversando sobre Fernando Pessoa, samba de raiz, Elza Soares até as quatro da manhã. Nada de The Week, ingressos para as festas de Junho só a semana que vem, mais caros provavelmente.
Hoje, Domingo, almoço no Chopp Escuro com Danilo e Alex....aiaiai o Alex. Não canso de comer aquela parmegianna que desmancha na boca.
Eu e Danilo fomos tomar café no pátio do colégio, estava lá o Mojica, mais conhecido como Zé do Caixão. Vimos uma exposição de fotos no Centro Cultural da Caixa, e uma sobre contos de fada no CCBB. Paredes pintadas de rosa, lustres de cristais coloridos, desenhos de artistas incríveis retratando chapeuzinho vermelho e o lobo mau. Um espelho gigante que distorcia tudo foi o melhor de tudo, o Danilo adorou se ver com barriga negativa que nem a Gisele Bundchen enquanto o segurança e a educadora nos olhavam com ar de desprezo. Fingi que não conhecia.

Terminei minha noite com a visita de amigos que adoro, brownie e Coca-Cola. Comemos alfajores que nosso querido Ge trouxe de sua última viagem á Buenos Aires. Deu uma fisgada no estômago, além do mais porque havíamos acabado de assistir ao vídeo-montagem de nosso último Carnaval juntos em Floripa, eu ele e Emílio pulando que nem loucos na última festa. De repente ele estava aqui conosco de novo. Aliás, quando estivermos juntos ele sempre vai estar também, nosso eterno “vermento”.



Quando saíram assisti ao DVD da última entrevista da Clarice Lispector na Cultura, em mil novecentos e setenta e sete, aliás, uma de suas únicas entrevistas.
Pra quem quer conhecer alma de artista.

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